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Red Hot Chili Peppers sobre a produção de ‘Unlimited Love’ em entrevista exclusiva para NME

Em uma entrevista exclusiva para a revista NME, o quarteto californiano afirma “Nos sentimos renovados, como uma nova banda”. A banda prepara o lançamento de ‘Unlimited Love’, 12º registro de estúdio, e contou sobre a produção do novo trabalho.

“Eu realmente não queria contar a mesma velha história que temos ouvido pelos últimos 50 anos no rock,” comenta Kiedis. “Eu gosto de alcançar 10 mil direções e ver o que existe por lá. Não estávamos nos limitando, mas tentando tocar algo que é honesto e emocionante. Esperamos ter dito algo que não foi dito antes, ou pelo menos dito em uma maneira que não tenha sido antes.”

O novo álbum marca a reestreia de John Frusciante na banda. Anthony afirma, “o maior evento, honestamente, foi John voltar para a banda. Aquela foi uma mudança monumental nas nossas vidas. E Deus sabe que eu estava pronto para qualquer coisa e para tudo”.

A banda estava pronta para iniciar a gravação de um novo álbum após a bem sucedida turnê mundial de 18 meses para divulgação do álbum “The Getaway” (2016). Todos começaram a escrever, mas um pouco durante o processo, Kiedis e Flea perceberam que algo não estava ligando.

“Foi indo vagarosamente e sem um verdadeiro impulso definitivo. Foi meio que sinuoso”, diz Kiedis. “E então tanto Flea quanto eu tivemos um sentimento dentro de nós, independentemente, que era: ‘Seria muito bom envolver John de alguma forma nesse processo’. Tinha se passado bastante tempo e ele estava se fazendo presente no nosso círculo novamente depois de ter estado dentro do seu próprio círculo.”


E Kiedis está certo: no final de 2019, o aclamado Frusciante havia saído um pouco mais. Ele estava em contato com Flea – eles até foram vistos juntos em jogos de basquete. No entanto, seu ressurgimento nunca foi confirmado. Ele passou a última década fazendo principalmente música eletrônica. Ele ainda saberia como ser um Red Hot Chili Pepper?

“Parecia que [voltar] poderia estar no ar”, diz Frusciante. “Flea colocou a ideia [de voltar] na minha cabeça”, ele continua, “e eu estava sentado lá com a guitarra pensando que eu não compunha nenhum rock há tanto tempo. Eu ainda tinha habilidade de fazer isso?”. Ele não precisava se preocupar. A música que ele escreveu naquele dia era tão boa que se tornou o primeiro single da banda em cinco anos, ‘Black Summer’.

Claro, mais um Pepper no pote significa menos espaço para os outros – e a banda ficou triste por deixar Klinghoffer ir. “Foi uma grande mudança para nós, seguir separados do Josh”, diz Flea. “Ele estava conosco há 10 anos e foi algo emocionalmente difícil de fazer. Ele não era apenas um grande músico, ele também era um colaborador atencioso e solidário – uma pessoa de mentalidade comunitária, gentil e inteligente. Mas artisticamente, em termos de poder falar a mesma linguagem [musical], foi mais fácil trabalhar com John. Voltar para uma sala e começar a tocar e deixar a coisa acontecer… foi realmente emocionante.”

Ainda havia um outro homem-chave que eles precisavam recrutar, no entanto, o superprodutor Rick Rubin. Trazer o Rick de volta foi “uma escolha óbvia”, diz Kiedis. A presença de Rubin está sedimentada na história da banda, tendo estado presente em quase todas as suas músicas mais memoráveis. Na verdade, ele está tão emocionalmente ligado ao grupo que ver Frusciante de volta ao grupo provou ser intenso demais.

“Fui convidado para o primeiro ensaio depois que John voltou e isso me fez chorar”, disse Rubin recentemente ao lutador profissional Chris Jericho em seu podcast This Is Jericho. “Foi tão emocionante ver aquele grupo de pessoas de volta, porque eles fizeram músicas tão boas por tanto tempo e isso realmente me atingiu de uma maneira emocional.”

Infelizmente, assim que essas sessões mágicas de ensaio começaram, elas tiveram que parar. Era o início de 2020 e o COVID-19 assolava o planeta. Escondidos em suas respectivas casas na Costa Oeste, cada Pepper aproveitou o tempo para escrever músicas. Quando finalmente chegou a hora de começar a gravar – um ano depois no lendário estúdio Shangri-La de Rubin em Malibu – eles tinham mais de 100 músicas novas para escolher.

“Nos sentimos frescos, como uma banda nova”, confirma Frusciante, explicando como uma mudança na perspectiva coletiva ajudou a fomentar a criatividade. “Coloquei muito menos do meu ego nisso do que antes e acho que isso era verdade com todos. Não era tanto uma competição, mas realmente querer dar uma parte de nós mesmos um ao outro [e] estar animado para ouvir o que os outros estavam trazendo. Às vezes, no passado, como em ‘By The Way’, por exemplo , ou [álbum de 1989] ‘Mother’s Milk’, um integrante se sentiria sufocado às custas de outro. Desta vez, parecia muito com pessoas que se preocupam umas com as outras e estão genuinamente empolgadas para que todos os outros sejam o melhor que podem ser”.

Kiedis concorda: “A dinâmica foi muito saudável, produtiva e criativa. Às vezes [nós] podemos ser um pouco competitivos demais e isso pode levar à discórdia, mas [desta vez] realmente nos pressionamos de uma maneira positiva”.

A partir de junho, Red Hot Chili Peppers entrará em turnê mundial, tendo shows confirmados na Europa e EUA, até o momento. Todas as performances serão em estádios para grandes públicos. Foi ideia de Flea, aparentemente, e ele finalmente conseguiu convencer Kiedis de que funcionaria. “São lugares difíceis de preencher com a sensação de que queremos lotá-los”, confidencia o frontman. “Mas queríamos fazer algo que realmente não fizemos. Então, vamos tentar construir um palco bonito e fazer com que pareça certo neste ambiente de grandes dimensões.”

Sobre as intensas turnês o basterista Chad Smith comenta que hoje a banda leva uma rotina mais tranquila após cada show. “Todos nós temos nossos próprios quartinhos e temos um [espaço] comum onde passamos um tempo juntos. 30 anos atrás era caótico, mas agora só tomamos nosso chá e ficamos sentados lendo o jornal!”, afirma o baterista.

Fonte: NME

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