Review do novo álbum The Getaway, direto da Listening Party
Por: Bruna Cora
A expectativa para o novo álbum “The Getaway” é grande e o RHCP Brasil vai tentar amenizar um pouco a ansiedade da galera. Na terça (14), a equipe do site (junto de alguns fãs sortudos) participou da listening party – uma audição antecipada do disco – promovida pela gravadora Warner no Rio de Janeiro e em São Paulo.
Vamos dividir algumas impressões das 13 faixas do décimo primeiro álbum do Chili Peppers e tentar mostrar a (enorme, a gente já adianta) influência do produtor Danger Mouse nas composições das músicas. As melodias estão mais elaboradas e Josh Klinghoffer consegue imprimir mais o seu estilo.
Lembrando que “The Getaway” estará disponível nas lojas na sexta-feira, dia 17.
Confere aí:
1- The Getaway
2- Dark Necessities
3- We Turn Red
4- The Longest Wave
Pode ser considerada a balada mais bonita do disco. Anthony canta maravilhosamente bem e sua voz se encaixa perfeitamente com a guitarra do Josh. O refrão dá uma leve crescida, mas ela é linear na maior parte do tempo.
5- Goodbye Angels
Uma das mais queridas pela galera que participou da audição. Começa com uma ótima melodia de guitarra e baixo, mas é bateria que dá outra cara a música, em um primeiro momento, fazendo a gente ficar ansioso pelo refrão. O final é surpreendente, introduzido por um pequeno solo de slap magnífico do Flea. Também tem uma nova versão do famoso “Hey Oh” (você vai saber mais detalhadamente do que se trata quando ouvir).
6- Sick Love
Expectativa grande, já que conta com a participação do Sir Elton John. Só que ouvindo de primeira, a aparição do artista não é fácil de reconhecer, talvez por ser simples demais (?). A música tem uma pegada funkeada de leve e é meio dançante. Fecha os olhos e viaja.
7- Go Robot
Essa era a mais esperada, já que foi cogitada como single no lugar de “Dark Necessities”, como Antohony falou em uma entrevista. Mas ainda bem que não foi. Não que ela seja ruim, pelo contrário, mas poderia dar a impresão errada, já que lembra um pouco os singles do último álbum do Daft Punk (mas com a cara do Chili Peppers, fique tranquilo) e poderia parecer uma maneira desesperada de figurar nas paradas. Ou seja, a banda não precisa “ser cool”.
8- Feasting on the Flowers
Parece que a canção encerra uma trilogia (composta por Sick Love e Go Robot), já que também tem uma pegada funk light. A melodia é interessante, com uma surpreendente pitada de reggae. A presença do piano também é marcante, e o backing do Josh no refrão faz diferença pra melhor.
9- Detroit
Falando em Josh, é a guitarra marcante dele que abre uma das melhores faixas de “The Getaway”. A música é uma das mais pesadas e tem uma pegada clássica, poderia muito bem fazer parte da discografia do Audioslave, mas ainda bem que integra o novo disco do quarteto.
10- This Ticonderoga
A preferida dos fãs que tiveram na listening party e aquela que não pode faltar ao vivo de jeito nenhum. … a mais heavy do registro e tem uma mudança inesperada de andamento (bpm), que faz você dizer “wow!”, com direito a piano e tons de voz diferenciados de Anthony.
11- Encore
Diferentemente do que foi dito por aí, a faixa não é instrumental. A canção melódica tem o baixo do Flea acompanhando o bumbo e uma letra bem reflexiva “Educated by a world so full of self and lost in space, too much pride”.
12- The Hunter
A música integra a parte “mais deprê” do álbum, digamos assim, e remete a uma balada de blues bem triste. O refrão é sonoramente bonito, com um belo encaixe das vozes de Anthony e Josh. Foi chamada de “Porcelain” do “The Getaway” por alguns que ouviram, ou seja, vai dividir opiniões.
13- Dreams of a Samurai
A última canção do disco tem, inicialmente, a mesma vibe da anterior, mas surpreende quando Flea começa a tocar o baixo no estilo “Come Together”, dos Beatles. A guitarra de Josh é meio psicodélica, lembrando um pouco Pink Floyd. Mas o destaque maior vai para o inspirado (e amado) Chad Smith, que usa uma divisão rítmica complexa, que só ouvindo mesmo pra saber. Pra ter uma noção um pouco melhor, a variação de tempo é mais difícil do que a feita em “Ethiopia”.
Por Bruna Cora