O que esperar do novo álbum com John Frusciante
Em novembro, durante o lançamento de sua autobiografia, “Acid For The Children”, Flea havia anunciado que Red Hot Chili Peppers está trabalhando em um novo álbum previsto para 2020. Até aquele momento, o retorno de John Frusciante ainda não havia sido divulgado. Agora, duas perguntas pairam no ar: “já estariam eles trabalhando com o novo (velho) guitarrista? E, como será o álbum com Frusciante de volta?”. Teremos que aguardar para obter todas as respostas de forma concreta. Assista ao vídeo abaixo:
Fazendo uma breve análise da discografia percebemos que a essência da sonoridade dos Chili Peppers é mantida nos 11 álbuns de estúdio, mesmo com guitarristas diferentes. Os três primeiros discos “The Red Hot Chili Peppers” (1984), “Freaky Styley” (1985) e “Uplift Mofo Party Plan” (1987) respectivamente com Jack Sherman e Hillel Slovak nas guitarras já mostram uma banda completamente definida musicalmente. Ao longo da carreira, a banda só melhorou. Os primeiros álbuns apresentam todas as influências que vieram a lapidar o que conhecemos hoje, como Red Hot Chili Peppers, desde o punk rock dos Ramones, o rock visceral de Jimi Hendrix e o funk com muito groove de James Brown.
O que veio a seguir, reforçou a importância da banda no rock mundial, principalmente no início dos anos 90. “Mother’s Milk” (1989) e “Blood Sugar Sex Magik” (1991) nos introduz ao jovem guitarrista John Frusciante que viria a trazer mais complexidade às músicas e um aspecto melódico bastante elaborado. “One Hot Minute” (1995) tem Dave Navarro no comando das seis cordas e, apesar de um álbum injustiçado, traz um novo conceito de som pro quarteto californiano, algo mais moderno. Em “Californication” (1999), Frusciante retorna e consagra um dos maiores momentos da banda. Ele dá continuidade ao conceito aplicado no álbum anterior, mantendo um som mais simples e certeiro juntamente com letras mais positivas de Anthony Kiedis. “By The Way” (2002) exibe um Frusciante mais presente nas composições. “Stadium Arcadium” (2006) tem melodias difíceis e marcantes.
Como todos sabemos, John deixa a banda pela segunda vez oficialmente em dezembro de 2009 alegando um desgaste devido ao excesso de shows o que afetava sua criatividade, pois ele sabia que Red Hot Chili Peppers não era lugar de experimentação. O projeto solo de Frusciante sempre corria paralelo e então ele decide se concentrar unicamente nele. Lá ele conseguiu explorar todas as capacidades da sua genialidade em álbuns como “The Empyrean” (2009), “Letur Lefr” (2012) e “Enclosure” (2014) onde ele usou diversos elementos da música eletrônica.
Neste tempo, Red Hot Chili Peppers se mantém na ativa com Josh Klinghoffer assumindo a guitarra. Era a pessoa certa no momento certo, por ele acompanhar o John por muitos anos e por ter trazido arranjos mais simples e limpos. Com Josh, a banda gravou “I’m With You” (2011) e “The Getaway” (2016). Álbuns coesos e com músicas excelentes, como “Monarchy Of Roses” e “Dark Necessities“.
E agora? Como será com John Frusciante de novo? É fato que a banda consolidou seu DNA nos primeiros álbuns e mesmo passando por mudanças na formação, ele não foi perdido. John é um dos melhores guitarristas do mundo, mas ele não se coloca acima da banda. Afinal, ele era fã da banda e respeita o legado construído por Flea e Anthony. Red Hot Chili Peppers é maior do que ele. Certamente, o sucessor de “The Getaway” terá construções cheias slaps de baixo, bateria marcante, letras com uma linguagem poética e um John colocando exatamente aquilo que a banda precisa. Assista abaixo ao vídeo do Wendell Correia contando toda a trajetória de John Frusciante na banda: