Josh Klinghoffer em entrevista para a revista Guitar World
Entrevista para a revista Guitar World, Josh Klinghoffer fala sobre seu estilo textural de tocar, sua realação com John Frusciante e sobre como foi produzir o álbum “I’m With You”. A entrevista faz parte da edição de Outubro da revista, que ainda não foi lançada.
Configura a tradução do trecho que já foi liberado abaixo:
Josh Klinghoffer, o novo guitarrista do Red Hot Chili Peppers, fala sobre seu estilo textural, sua
história com a banda e como foi a gravação do novo álbum, “I’m With You”.
Enquanto se juntava ao Red Hot Chili Peppers em 2009, ele já era um membro de extensa família da banda.
Nascido em Los Angeles, ele é conhecido de todos os Peppers há anos e é um amigo particular do ex-guitarrista John Frusciante, tendo contribuído para numerosos solos e projetos paralelos de Frusciante. Um rato de estúdio e um cachorro de estrada aos 31 anos, o estilo de tocar distinto de Klinghoffer dá uma paleta de cores e estados de espíritos ao novo álbum do Chili Peppers, I’m With You.
Quando você começou a tocar guitarra?
Comecei a tocar bateria quando tinha nove anos. Toquei por um bom tempo e somente quis tocar guitarra.
Quantos anos você tinha quando começou tocar guitarra?
Quinze. Demorei um tempo. Saí do colégio e comecei a tocar.
Quem realmente importava para você quando começou a tocar?
Naturalmente, o jeito de Jimi Hendrix e Jimmy Page de tocar. E também Johnny Marr e Robert Smith e outras pessoas do tipo. John Frusciante é um dos meus favoritos. Descobri tudo e qualquer coisa que poderia. Punk, Sex Pistols, Germs. Quando era mais novo, eu voltava pra esse estilo. Sempre fui mais do estilo de acordes, de textura.
Quando e como você conheceu John Frusciante?
Eu o conheci em Janeiro de 1997. Ele e Flea estavam tocando em um show do Thelonius Monster e a irmã do meu melhor amigo estava namorando o Bob Forrest, então eu fui ao show. Foi assim que eu conheci Flea e John. Acho que me ofereci para tocar bateria. John e eu não ficamos amigos logo de cara, levou uns dois anos. Ele já tinha voltado aos Chili Peppers. Eu estava gravando o CD do Bicycle Thief e John veio e gravou um solo em uma das músicas. Começamos a sair. Eu ia a casa dele e ouvia cds. Então, começamos a ser amigos em 1999.
Qual a coisa mais importante que você aprendeu de guitarra vindo do John?
Eu o considero alguém que toca com a parte mais profunda dele como um ser humano e o que ele está sentindo no momento, tanto faz que seja um solo ou uma parte rítmica. Isso é algo que eu peguei dele e fui privilegiado de usar com ele. Só como pessoa e amigo ele já era uma grande influência para mim.
Muitos dos seus antigos trabalhos são bem no estilo underground. Como é estar numa banda como os Chili Peppers, que são bem mais famosos?
Passei a última década fazendo tour com artistas como Beck e PJ Harvey. Então não sou estranho para os grandes públicos. A grande mudança é que esta é uma banda onde sou considerado um membro e tenho a sensação que é bastante natural. Houve um período que eu estava fazendo tour com pessoas e meio que ficava chateado, pois queria me focar nas minhas músicas e na minha banda, que eu na época não havia conseguido formar. Mas finalmente eu consegui, antes de me juntar com os Chili Peppers. Então eles me chamaram pra tocar na turnê com eles e eu disse: “Deus, você não pode recusar isso”. E acabou que depois eles me fizeram uma oferta para entrar na banda.
O nome da sua banda é Dot Hacker?
Sim. É um nome que ninguém gosta. É o nome da avó do nosso baterista: Dorothy Hacker ou Dot Hacker.
Parece algo relacionado a computador…
Realmente, mas não é. Nós simplesmente escolhemos e acabou ficando. Há algumas músicas nossas online e o cd vai ser lançado, espero, brevemente.
Como foi o processo de escrever as músicas nesse novo CD? Você levou algumas idéias pré-formadas? Ou tudo cresceu de jams?
Um pouco das duas coisas – muito trabalho bem colaborativo. “Eu tenho essa parte. Aqui o refrão, você faz o verso.” Muitas jams, também. Lembro-me que a ponte de “Monarchy Of Roses” veio do Chad enlouquecendo na bateria e a gente acompanhando. Então Flea me disse “Acho que você devia vir com outro* agora”, e o outro que você ouve no CD é a primeira coisa que pensei.
*Outro – parte que não é nem refrão, nem verso, nem ponte. Geralmente é uma Jam, como no final de Adventures of Rain Dance Maggie.
Você tem uma grande sensibilidade com acordes. Parece Jazz. É um estilo que você gosta?
Amo jazz. Sempre fui de acordes, de estruturar acordes. Não há nada melhor do que uma progressão de acordes que é difícil de fazer. Eu tento tirar vantagem disso.
Como foi gravar o I’m With You no East West em Hollywood?
Ótimo. É o antigo Ocean Way Studio, onde vários ótimos CDs foram gravados, mas agora é da East West, que é uma companhia de bibliotecas. Eles tem um escritório lá e as pessoas estavam tentando fazer negócios enquanto Flea e eu estávamos tocando bem alto no piano.
O seu primeiro encontro com Rick Rubin foi na gravação do CD?
Sim – quero dizer, profissionalmente. Eu já o conheci antes. Algo estranho para mim é que os caras da banda tinham um longo relacionamento com ele, o que eu não tinha. Mas ele foi muito receptivo.
Você é um pouco mais novo do que os outros caras da banda. Como fica a diferença de idade?
Não é algo que pensamos, na verdade. Mas sim, eu cresci e fui formado musicalmente ouvindo eles e as pessoas que os inspiraram a começar. E eu ainda aprendo muito com eles. Eu sempre fico constrangido quando eles dizem “Como assim você nunca ouviu Defunkt?” e eu tenho que dizer que “não”. Fora ler sobre uma banda como eles em uma revista como essa.
Que tipo de preparação você está fazendo para tocar com os Chili Peppers nessa tour?
Só tocando guitarra o máximo possível, aprendendo o catálogo imenso e incrível que eles têm. Eu disse pra mim mesmo que durante esse um ano e meio, eu devia aprender uma música deles por dia, porque há muitas. E uma vez que estamos indo tocar ao vivo, eu tenho que fazer cover de muitos solos de John e ele é um guitarrista tão incrível nesse sentido. Eu sei que vai levar um tempo para achar o equilíbrio entre fazer o que eu acho confortável e sentir que não tem algo faltando ali. No passado, eu realmente me concentrei em escrever acordes e letras ao invés de guitarra. Não focava nisso há um bom tempo, mas tocar na banda me fez focar de novo. Fazer um solo não é algo que vem naturalmente pra mim. Nunca veio. Sou mais orientado pelo som. Piso no pedal e tenho alguma coisa legal.
Agradecimentos: Douglas Rodrigues. Fonte: GuitarWorld.com.