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Josh Klinghoffer divulga álbum solo com música brasileira – Ouça!

Fonte/Tradução: JFEffects.com

Em entrevista para a Rock & Roll Globe, publicada ontem, Josh Klinghoffer liberou no SoundCloud o seu novo projeto chamado Pluralone, que será lançado no dia 16 de agosto. O álbum contêm duas canções em que Klinghoffer toca todos os instrumentos e canta em italiano e em português brasileiro – ambas as músicas já haviam sido executadas ao vivo em seus países de origem pelo músico em shows com os Red Hot Chili Peppers.

– “Menina Mulher Da Pele Preta” que foi escrita e interpretada pelo músico brasileiro Jorge Ben Jor. No Rock In Rio em 24 de setembro de 2017, Klinghoffer chegou fazer a introdução da música, mas não a completou, porém, no Lollapalooza em 23 de março de 2018, ele tocou e cantou uma versão completa da música, para delírio dos fãs brasileiros.

– “Io Sono Quel Che Sono” que foi originalmente popularizado pela cantora italiana Mina em meados dos anos 1960. Que já havia sido apresentada por Klinghoffer três vezes em shows na Itália; em Turim (10 de dezembro de 2011), em Assago (11 de dezembro de 2011) e em Roma (20 de julho de 2017).


Josh Klinghoffer não se conteve ao fazer elogios a Jorge Ben Jor e a música brasileira, discutindo também sobre o conteúdo da letra da canção.

O que em “Menina Mulher Da Pele Preta” fez você querer gravar esse cover nesse single? O jeito que Jorge Ben toca violão aqui é quase thrash no início!

“Eu sempre amei essa canção. Claro que nas primeiras 300 vezes que ouvi ela, eu não sabia sobre o que era. Talvez uma pessoa chamada “Malícia”? Sabe, isso é uma coisa fascinante no idioma, especialmente quando é cantado e colocado em música. Pode significar qualquer coisa. Eu escuto bastante música de língua não-inglesa. Na verdade, a maior parte da música em inglês que ouço, eu dificilmente sei o que as pessoas estão dizendo. Eu sou muito de sons. Talvez seja por isso que eu canto como se eu tivesse bolas-de-gude na minha boca.”

Eu comecei a colecionar discos do Jorge Ben, começando com Ben, que foi relançado uns anos atrás pelo selo Real Gone. Quando você descobriu a música dele e até onde vai sua coleção de álbuns dele?

“Eu diria que provavelmente no final dos anos 90, mas eu realmente caí de cabeça nisso no começo dos anos 2000. Eu poderia estar inventando isso, mas eu sinto que me lembro de ouvir “Mas, Que Nada!” em algum lugar lá atrás e de ouvir como ele usava sua voz e pensar que aquilo era um dos cantores mais especiais que já ouvi. O Brasil sempre teve discos com sons dos mais inspiradores e os ritmos mais sexys que alguém pode encontrar. Espera, tudo bem chamar algo de sexy?”

É um tanto interessante ouvir o quão explícito ele é em relação ao seu apreço por essa mulher de pele negra no contexto do clima de 2019, dada a rapidez com que você pode ser repreendido por mostrar tais sentimentos sobre o sexo oposto em público. Agora, o Brasil não era tão rígido quanto os EUA a respeito de sexo nesses tempos, então não era uma grande coisa pro Jorge expressar esses sentimentos amorosos, especialmente em 1972. Mas eu adoraria saber seus pensamentos sobre como um uma canção como essa pode ser mal interpretada nesses tempos difíceis. Espero que isso faça sentido…

“O clima de 2019? Mais uma vez, eu não falo português e não estava lá quando esta música foi escrita, mas não vejo isso ser diferente de cantar sobre uma mulher de cabelo preto. Só porque coisas horríveis e indesculpáveis ​​foram feitas para as pessoas com base na raça, não significa que tudo tem de ser olhado através dessa lente. É preciso que se perguntem o que eles acham que as letras estão dizendo e o porquê? Há algo de errado com as letras? Tem algum problema em olhar para qualquer mulher, ou alguém “maliciosamente” ou de uma forma sexualmente voraz? E se eles nunca fizeram isso e estiverem apenas cantando sobre isso? Não deveríamos ter essas emoções humanas muito comuns expressas através da nossa arte e escrita? Se essa tradução estiver correta essa pessoa tem olhos azuis, então ela é mesmo negra ou simplesmente pode ter adormecido na praia debaixo do sol? Existem problemas reais por aí. Devemos realmente nos esforçar para não achar esses problemas onde eles certamente não estão.”

Na mesma entrevista, Klinghoffer também foi abordado sobre os seus 10 anos no Red Hot Chili Peppers, os 30 anos de Mother’s Milk e o significado desse álbum para ele, respondendo como o primeiro álbum de John Frusciante foi importante para introduzir ele ao trabalho musical da banda.

Então, este ano marca o 10º aniversário da sua entrada ao RHCP. Existe uma música em particular que você gravou com os Peppers até agora, seja no I’m With You, no The Getaway ou algo não gravado ainda, que você acha que define essa primeira década da sua época na banda.

“Muito obrigado por dizer que houve uma evolução positiva nos últimos 10 anos. Não tenho certeza se posso apontar para uma música específica e acho que meu trabalho com eles ainda está crescendo. Existem músicas aqui e ali, principalmente músicas que não foram pros álbuns, que soam muito como algo que eu trouxe. Mas eu acho que o verdadeiro sucesso nessa banda, ou em qualquer banda, é encontrar o equilíbrio na colaboração. Se eu trouxer uma ideia, não quero que soe como aqueles caras tocando a minha música. A esperança é que instantaneamente se torne uma música do Red Hot Chili Peppers que seria tocada por eles, então eu gostaria que essa ideia tivesse espaço suficiente para que todos pudessem sentir que era deles e eles são parte disso. Eu ainda acho que isso está crescendo e (espero) se expandindo.”

O Mother’s Milk faz 30 anos em agosto. O que esse álbum significa para você como um fã dos Peppers e no contexto do seu tempo com eles agora?

“Foi bem quando eu ouvi a banda pela primeira vez (Mother’s Milk), mas eu tinha 9 anos perto de ter 10 quando saiu e eu não era totalmente devoto até quando o Blood Sugar foi lançado. Quando eu comecei a ser fã da banda, obviamente eu me conectei em algum nível com todos os aspectos dela, mas eu nunca havia tocado guitarra. Eu era um jovem baterista e não tinha ideia das coisas que circulam dentro de uma música. Eu só fui descobrir isso quando eu revisitei o Blood Sugar e daí fiz meu caminho de volta depois de pegar a guitarra com 15 anos de idade. Eu tinha me tornado um grande fã do primeiro álbum solo do John e depois do segundo, o que me levou a reinvestigar a banda. Foi só depois do John deixar a banda que eu fui realmente aprender quem ele era e a história da banda no tempo em que ele esteve dentro e fora dela.”

Tradução: Rodrigo Galafuz e Felipe Freitas
Revisão: Felipe Freitas
Fonte: 
Rock & Roll Globe
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