FLEA escreve post em homenagem ao Dia dos Pais

O Dia dos Pais é celebrado em datas diferentes em vários países. Nos Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, França, etc, é comemorado no terceiro domingo do mês de junho.

Para comemorar essa data, FLEA escreveu um post no blog do site BK Nation, onde ele conta como é ser pai de duas meninas, e também fala sobre a relação com seu pai e com seu  padrasto.

Confira abaixo a tradução:

Ser um pai nunca tem fim #DiadosPais

“Desde criança eu tenho um instinto paternal bem forte. Eu queria ser pai, mesmo quando eu nem tinha condições de ser um. Por sorte, minha namorada de adolescência era bem mais sensata do que eu, sobre esse assunto. Em fato, era facilmente discutido que eu era despreparado e imaturo para ser pai, quando eu tive minha primeira filha aos 25 anos (e uns 15 emocionalmente). Mas cara, eu sempre amei a ideia de ter filhos. Me parecia muito divertido, porque eu poderia criar meu próprio mundo, longe da crueldade tão prevalente pelo mundo afora. 

Quando alguém fica sabendo que uma pessoa vai ter um filho, é uma grande felicidade e uma abundância de desejos de parabéns. Mas, ter seu próprio filho, é o milagre mais mágico e inacreditável do universo.

Quando a Clara nasceu em 1988, foi o momento mais glorioso da minha vida. Na hora do parto, eu olhei para o rosto de sua mãe, que estava radiando amor, e eu chorando, cortei o cordão umbilical. Dirigir de volta pra casa, com aquele pequeno bebê enrolado em um pano, foi a melhor volta pra casa da minha vida. Eu nunca senti uma sensação tão profunda de motivação. Tudo que eu fiz na minha vida depois disso, se tornou uma experiência bem mais rica. Todas as notas que toquei, todas as vezes que joguei basquete, todos os livros que li, todas orações que fiz, eu fiz tudo isso para alimentar-me por dentro e por fora, para que eu pudesse ser um bom pai para ela. Eu parei de usar drogas, e comecei uma difícil jornada contra meus próprios medos, para que eu pudesse ser uma pessoa mais gentil, forte e consciente. Clara me deu tudo.

Ser pai oferece a melhor oportunidade para amar…a chance de aprender como é ser altruísta, e colher os melhores prêmios pelo seu trabalho. O melhor conselho paternal que existe, é do grande Maya Angelou, que diz: “Sua única responsabilidade como um pai é ver o sol nascer e se pôr cada vez que seu filho entra na sala”.

Como homem, nos definimos pela qualidade de nossa paternidade. É como nossas fraquezas e forças são mais aparentes. Eu tenho sido um ótimo, amado e inspirado pai, e eu falhei miseravelmente muitas vezes, sendo um idiota egoísta. Mas não importa o que aconteça, nada é mais importante para mim, e eu vou continuar me esforçando para melhorar.

Minha relação com meu pai tem sido interessante. Ele foi embora quando eu tinha 6 anos de idade, para viver em outro país. Minha mãe casou com outro homem, um cara complicado, que tinha um problema sério com drogas e não estava muito disposto a ser um pai. Como resultado, nunca tive um pai por perto, e me envolvi nas loucuras das ruas. Eu sou agradecido por tudo que aconteceu, e não trocaria por uma outra vida, mas eu definitivamente nunca tive uma relação de pai e filho.

Essa situação me ajudou e também me prejudicou nas minhas habilidades como pai. Por um lado, eu nunca tive um modelo para me basear, mas de um jeito positivo, eu fiquei mais determinado para dar para meus filhos tudo que eu nunca tive, amá-los e providenciar oportunidades para eles evoluirem.

Esse meu vazio me ensinou o que eu acredito ser a cura para essa sensação de desespero. Eu sou cheio de amor dos meus dois pais. Com o tempo, eu desenvolvi uma relação de amor com meu pai verdadeiro. Nos conhecemos melhor quando eu tinha 30 anos. Meu padrasto, que já faleceu, me deu o dom da música e me amou do melhor jeito que ele pôde, devido as circunstâncias. Apesar de minha infância não ter tido uma ajuda paternal, me deu a oportunidade de seguir meu caminho.

Quando minha filha mais velha estava com 17 anos, e se preparando para ir para a faculdade, eu tive outra menina, chamada Sunny. Tem sido uma experiência incrível criar essa pequena, vê-la crescer e deixar o ninho (na verdade não). Eu aprendi muito na primeira vez, e acho que estou um pouco melhor no papel de pai. Mas, não é sobre mim, e sim sobre elas. Toda manhã quando eu acordo e vou até a cozinha para fazer seu café da manhã, digo para ela parar de enrolar e ir escovar os dentes, fazemos nossa dança matinal e vamos para a escola ouvindo as músicas terríveis de pop que ela gosta. No fundo, eu sei que nada mais poderia me fazer feliz. Tenho admiração pelas minhas filhas, e em nome de todos os pais, eu digo: viva!”