Flea Bites: entrevista com o baixista do Red Hot Chili Peppers para o site Hot Press
Faltando poucos dias para o próximo show da banda em Belfast, o baixista Flea fala sobre o 11º álbum de estúdio (The Getaway), controle de armas na América, Hillary x Trump e o motivo em achar que o rock está morto.
Paris é mundialmente conhecida como “a cidade do amor”, mas parece um pouco triste e solitária para Michael Peter Balzary – mais conhecido como Flea por milhares de fãs do Red Hot Chili Peppers – que caminha lentamente para o bar do seu moderno hotel Montmartre. Seu comportamento abatido é surpreendente tendo em vista que aos 53 anos de idade , ele é considerado o membro mais vivo, animado e feliz da lendária banda de L.A.
“Eu estou bem”, ele responde à pergunta preocupada do Hot Press sobre seu estado. Ele passa as mãos – onde se pode ver a palavra “amor” tatuada nos nós dos dedos – em seus cabelos (hoje está tingido de azul) e suspira. “Eu terminei com minha namorada”, ele admite. “Então, estou um pouco triste para dizer a verdade, mas estou bem”. Naturalmente, uma compreensão: isso é terrível. “Sim. Quer dizer, eu sei que ela está viva”, ele resmunga. “Mas terminamos há 2 dias”. Ele se anima quando eu entendo errado. “Há 2 anos?”. “Dois dias”, ele ri. “Eu espero ficar bem em 2 anos. Tudo bem. Eu estou fazendo meu trabalho, está bem”. Ele gesticula sobre o gravador digital que está na mesa. “Vamos começar?”. Ele pede uma Perrier para o garçom (ele está sóbrio há muitos anos) e imediatamente vamos ao que interessa.
ENERGIA
Nos encontramos para falar sobre o 11º álbum de estúdio do Red Hot Chili Peppers, The Getaway.
Lançado em junho, é o primeiro álbum da banda californiana desde o I’m With You de 2011. Atualmente se preparando para uma turnê, eles também fizeram uma série de festivais – e tocarão no Tennent’s Vital em Belfast no dia 25 de agosto. Ele está muito animado para tocar na Irlanda. “Sim, sim. Acabamos de fazer 5 festivais e foi ótimo. É muito trabalho”.
Flea formou o RHCP com o vocalista Anthony Kiedis em 1983. Certamente, eles já estão acostumados a tocar para milhares de pessoas? “Eu me importo com eles”, ele diz sobre os fãs. “Eu me importo com a música. O que é uma missão na minha vida: ser ótimo. Sabe? Tem vezes que é brutal. Tem vezes quando eu entro no palco e estou muito cansado, mas sempre dou tudo que tenho. Eu tento ser um canal para a energia fluir por mim”. Você recebe energia da plateia? “Sim, eu recebo energia deles. Eu recebo energia da música, sabe? A música vem de um lugar divino e eu tento me deixar levar por ela, para não ter que fazer tudo. Eu tento sair do caminho e deixar a música levar”.
Obviamente ainda distraído por suas atuais desgraças amorosas, Flea franze o cenho e pausa por um momento. Então ele se senta direito e discursa em como ele oferece seu trabalho. Parece que há um aspecto místico nisso. “A música é uma energia que está lá se movendo”, ele diz. “O mundo está sempre se expandindo e contraindo, as coisas se movimentam para cima e para baixo, sempre vibrando. Eu sinto que posso me colocar em uma posição, onde a onda chega para que eu possa escrever. Eu posso fazer o meu melhor para ter os meus dedos fortes, minha mente clara, meu corpo pronto, e fazer o trabalho – para com esperança a música passar por mim, sabe? E usar essa energia e transformar em algo. Mas sim, ela vem de um lugar divino, eu acredito nisso”.
E ele é um grande surfista. É algo semelhante à sentar na água e esperar a onda certa? “Sim”, ele diz sorrindo. “E o mais legal é: você pratica? Você se fortalece para quando chegar estar preparado para pular e ir? É a mesma coisa com a música. Quer dizer, veja alguém como Igor Stravinsky. Todos os dias ele acorda e senta para compor. Todos os dias. E em alguns dias, é meio fraco – talvez ele não consiga fazer muitas coisas. Outros dias, ele está inspirado e consegue grandes músicas. Mas todos os dias, ele trabalhou. Todos os dias ele estava preparado para algo grande acontecer, e quando as ideias chegaram, ele sabia como escrevê-las, ele sabia como tocar no piano e como colocar no papel. É isso, você sempre tem que trabalhar e sempre estar lá. E as vezes, na hora mais comum e entediada, grandes coisas acontecem e você nem percebe. Você entende o que quero dizer? Você olha para isso uma semana depois e diz: ‘oh, isso foi bom’. Como músico, você sempre tem que estar tocando, sempre canalizando a música, sempre tentando encontra-la”.
MATEMÁTICA DA MÚSICA
A referência à Stravinsky não é surpresa. Há alguns anos, desejando saber mais sobre o lado acadêmico de sua arte, Flea entrou como calouro no curso de música da University of Southern California. Ele começou com os corais de Bach e suas harmonias. “Sim, apenas por 1 ano”, ele lembra. “Eu tirei muitas coisas disso. Quer dizer, em um ano de faculdade, dois semestres de faculdade. Eu saí no meio para ir tocar com outras pessoas. Mas eu aprendi muito. Me fez pensar muito, aprender sobre acordes e seus desenvolvimentos, a parte acadêmica e a matemática da música, e como entender melhor. Quando eu estava compondo música, eu sempre procurava criar tensão, liberdade, amor e coisas bonitas – e eu pesquisava para encontrar essas coisas. Sabe? Usava os mesmos truques sempre. E estudar música realmente me ajudou a ter mais cores para pintar, e ser capaz de articular as emoções mais fluidamente”.
Ele definidamente está tocando com mais cores no novo álbum musicalmente rico dos Chili Peppers, The Getaway. “Wow, obrigado”, ele sorri. “Eu não sei o que pensar sobre isso. Nós apenas fizemos. Eu sei que acho que fizemos algo bonito, mas eu não posso dizer o que ou como as pessoas vão reagir à ele, como as pessoas se sentirão. Mas eu sei que parece como movimento, e que nós estamos crescendo, mudando e tentando fazer algo novo. Eu sinto que quando estamos fazendo música, compondo, gravando e pensando nisso o tempo todo, eu sinto que estamos fazendo a nossa coisa. Mas quando é lançado, eu não sinto que é meu mais. É de todo mundo. Todos podem pegar e fazer o que quiser, o que significa para eles. Eu espero tocar o coração das pessoas e acender uma luz no mundo, sabe, criar amor. É só o que me importa. Sim, claro, eu quero que seja um enorme hit. Um fenômeno cultural do novo milênio, mas eu não sei o que vai acontecer”. Ele faz uma cara confusa. “Ainda é o novo milênio ou não é o novo milênio mais?”. Humm, já está rolando há uns 16 anos. “Há um novo milênio agora? ”, ele brinca. “O milênio adolescente?”.
FENÔMENO CULTURAL
Depois de mais de 3 décadas na estrada, os dias em que o RHCP era o favorito dos adolescentes acabaram faz tempo. Mas tudo bem. Assim como mostra as músicas do The Getaway, eles estão muito mais sábios e mais maduros atualmente. Bem, a maioria. “Sim, eu nem consigo pensar nisso”, ele dá de ombros. “Eu sei que há uma diferença entre a época em que lançamos nosso álbum Blood Sugar e nos tornamos muito populares e enormes – nós já estávamos juntos há uns 8 anos mais ou menos, mas na naquela época não era só a música, sabe? A música era boa. Nós criamos nosso próprio som, mas eram outras coisas também. Eram as tatuagens, nossa aparência, como falávamos, todas essas coisas. Era um fenômeno cultural. Isso transcendia a música. E aí as coisas acalmaram e fizemos alguns álbuns como o Californication, By TheWay e Stadium Arcadium, e não éramos mais um fenômeno cultural. Era apenas a música. E isso era ótimo, porque a música era boa e tinha o poder e a habilidade de tocar as pessoas. É possível que sejamos um fenômeno cultural novamente? Eu não sei, mas acho que fizemos um ótimo álbum. Acho que ainda trabalhamos duro, somos músicos esforçados que tocam bem juntos”.
O produtor veterano Rick Rubin produziu a maioria dos melhores trabalhos da banda nos últimos 25 anos, mas para o The Getaway eles trabalharam com Brian Burton (Danger Mouse). Por que a mudança? “Por muitas razões”, ele reflete. “Eu acho que a principal é que estávamos muito confortáveis com o Rick, sabe? Fazendo tudo do mesmo jeito, as mesmas coisas. E sim, depende de nós para criar boas músicas independente do que estamos fazendo, mas sentimos que poderia nos dar uma chacoalhada e nos forçar a fazer algo diferente se mudássemos o processo – e também precisávamos sair da nossa zona de conforto. Nos reunimos com o Brian e foi isso”, ele continua. “Isso nos forçou a fazer algo que nunca tínhamos feito, de um jeito que nunca tínhamos feito, com um processo diferente de gravação, e isso nos fez criar algo novo. Algo diferente. Foi bem saudável para nós”.
A banda não ficou preocupada em perder algo vital com a mudança do produtor? “Eu estava um pouco preocupado”, ele admite. “Tipo, sabe, na primeira vez que fomos trabalhar com ele e vimos o jeito que ele queria gravar, eu pensei: ‘eu não sei se isso vai funcionar, acho que vamos perder a magia de quem somos’. E disse para tentarmos por 1 semana. Na minha cabeça, eu pensava: ‘vamos tentar isso por uma semana. Se não der certo, que se foda, vou sair daqui’. Mas o primeiro dia foi incrível. Às vezes estranho, mas sabe, boa música estava acontecendo o tempo todo”. Você sabia como ele trabalhava? “Eu não tinha ideia”, ele diz, balançando a cabeça.
“Eu sabia sobre o que conversamos, o que ele queria fazer – a grande diferença é que quando trabalhamos com o Rick, e até mesmo antes do Rick, fazíamos tudo em um estúdio de ensaios. Tocávamos tudo junto, fazíamos jams e aí fazíamos os arranjos. Descobríamos tudo, toda matemática, e aí quando chegamos no estúdio, usamos ele como um lugar para documentar o que havíamos feito nos ensaios. Na maioria das vezes. E Brian sugeriu que criássemos no estúdio, e usasse ele como instrumento. E é um jeito diferente de fazer as coisas, construindo por camadas. E foi o que fizemos. Isso fez com que escrevêssemos de jeitos diferentes. Foi bom. Acho que você pode ouvir: está vivo”.
Terminar com o Rick foi semelhante à terminar com sua namorada? Ele ri. “Sabe, é engraçado porque se você tivesse me perguntado isso há uma semana, eu diria: ‘oh, é como um término de namoro’, mas não, não é. Sabe, ainda somos amigos do Rick e tudo bem. Ele entende”. Então você pode trabalhar com ele no futuro? “Sim, eu adoraria. Eu amo ele. Eu amo o Rick Rubin”. Trabalhar com Danger Mouse não foi começou com o pé direito. Para começar, a gravação foi atrasada quando o Flea quebrou seu braço em um acidente de esqui. Levou 6 meses para se recuperar. “Isso nos atrasou”, ele faz uma careta. “Você consegue ver um parafuso aqui (ele mostra o cotovelo). Eu quebrei. Tipo, grandes pedaços de ossos saíram e eles tiveram que colocar vários pinos e coisas assim. Foi uma loucura. Meu braço ficou enorme e super inchado. Foi uma loucura. Mas sabe, eu estou melhor”.
Você já tinha começado a trabalhar quando aconteceu? “Sim. Nós já estávamos trabalhando antes, escrevemos várias músicas e aí eu quebrei meu braço. Eu lembro de quando aconteceu, eles me colocaram em uma ambulância e eu estava lá deitado pensando: ‘oh merda, eu quebrei meu braço’. E eu não estava pensando no álbum, eu apenas pensava: ‘meu braço dói’. Eles tiveram que me dar morfina – do nada, eu vi a cabeça do Anthony na ambulância, me olhando e eu comecei a chorar. Aí pensei: ‘merda, o álbum’. Mas tudo deu certo. Sabe, tiramos um tempo, e foi aí que decidimos trabalhar com o Brian. Foi legal”.
Você geralmente tira férias ou faz viagens de esqui com o Anthony? “Nós tiramos. Não muito, mas tiramos”, ele afirma. É ótimo vocês estarem juntos por 40 anos, não é? “Sim, somos amigos há quase 40 anos. Quase 40 anos. Isso é uma loucura, cara. Eu nunca imaginaria que algo assim poderia acontecer”. Ele balança a cabeça. “Eu não sei. É engraçado, eu estava te dizendo que terminei com minha namorada e tal, os últimos dias tem sido bem tristes e saber que eu posso ligar para o Anthony e dizer: ‘vamos sentar e conversar porque eu preciso de alguém para falar’, é realmente incrível. Sou muito grato por isso. Eu sou muito sortudo. Como em uma banda, é um ambiente muito amável”. Vocês conversam sobre tudo? “Sim!”.
Você acha que ele usa elementos da sua experiência de vida em suas letras? “Sim, claro. Mas você tem que conversar com ele sobre suas letras. Eu não posso falar por ele”. Sir Elton John faz uma participação no The Getaway, tocando piano na música Sick Love. Como isso aconteceu? “Bem, nós escrevemos essa música e ouvimos, e achamos que soava como Bennie & The Jets. Quer dizer, ela soa – e pensamos em engavetar essa música por causa disso. Mas era uma música boa e pensamos em ter o Elton tocando piano nela. Ligamos para ele e ele disse: ‘sim, ótimo’. Ele veio e bam, tocou piano”.
Ele é um velho amigo de vocês? “Conhecido, sim. Não posso dizer que somos tão próximos, mas foi muito legal nos reunirmos com ele e tocar. Ele é um cara muito legal”.
O ROCK ESTÁ MORTO
Flea causou barulho online há algumas semanas quando declarou em uma entrevista para a rádio do Pearl Jam na Sirius XM que o rock “estava morto em várias maneiras”. Quando você disse isso, você esperava tanta repercussão? “Não, eu não ligo”, ele dá de ombros. “Quer dizer, eu toco rock, mas sinto que as crianças de hoje em dia não querem fazer isso. É uma música antiga. Sabe? É como se os grandes clássicos do rock aconteceram nos anos 50, 60, 70 e 80, e talvez um pouco nos anos 90, mas mesmo assim ainda é um pouco retrô, sabe? Então, eu sinto que a maioria das músicas que são novas e animadas, não são do rock’n ‘roll”.
Então onde você encontra novas músicas boas? “Bem, eu não escuto muito músicas novas, mas quando escuto é na maioria música eletrônica e hip hop, sabe, pessoas usando instrumentos estranhos e coisas assim para um som novo e animado”. Você ainda se esforça para fazer o som do RHCP novo e animado? “Quer dizer, sim. Mas não posso dizer: ‘oh, temos que mudar para sermos modernos’. Eu nunca tentaria nos mudar para entrarmos na moda. Quando começamos, nós não nos encaixávamos no que estava rolando. No meio, também não nós encaixávamos. E agora também não. Sempre fizemos nossa coisa. Essa não é a questão. A questão é que sempre que escuto uma nova banda de rock, eu sinto que já ouvi aquilo 10 milhões de vezes. Então por isso digo que o rock está morto. E continuo com esse pensamento”.
Quando nos encontramos, as notícias acabaram de chegar sobre o tiroteio em Dallas. Flea tem seus próprios pensamentos sobre a violência com armas de fogo nos Estados Unidos. “Bem, eu definitivamente tenho mais medo do NRA (Associação Nacional de Rifles) do que tenho do terrorismo muçulmano, isso é uma certeza”, ele diz. “Mas é muito triste compreender, na verdade. Eu acho que quando alguém faz algo assim, eles são tão insanos e tão carentes de amor e da conexão de que todos somos apenas um. E eu sei que todos sabem disso, e você vê aqueles adesivos hippies de paz e amor nos carros, mas quando você não entende isso, você realmente é doente, sabe? É uma doença e é algo que as pessoas têm um pouco as vezes e algumas pessoas tem sempre – ao ponto de querer matar pessoas. Isso me deixa muito triste. O que posso dizer? Tudo que posso fazer é tentar fazer grandes decisões, tentar criar amor no mundo. É isso, tudo que posso fazer”.
A conversa continua sobre a atual campanha presidencial dos Estados Unidos. Clinton ou Trump? “Sim, eu não sei”, ele diz. “Eu prefiro a Hillary do que o Trump, mas ela é política igual. Ela votou para a guerra do Iraque, e eu não sou a favor de guerras, sabe? De jeito nenhum, cara. Quer dizer, ela tem experiência, mas experiência em causar guerras e coisas assim. Eu não gosto disso. E Bernie Sanders, eu acho, queria paz, amor e justiça para as pessoas. Ele queria se importar com as pessoas”. Você está otimista de que ele vai continuar na política? “Eu não sei. O que eu realmente espero é que o diálogo que ele começou se torne enorme, e o fato de que muitos jovens se importam com o que ele tem a dizer, faça com que os Estados Unidos esteja prestes de um despertar liberal. Isso me deixaria muito feliz”.
Será que o Flea fugiria do país se o Trump for eleito? “Não, Trump só quer que pessoas brancas e ricas estejam no poder. É só com isso que ele se importa. Quando ele disse: ‘faça a América ótima novamente’, ele quer dizer: ‘faça com que os brancos ricos estejam no poder de tudo e eles não tenham que responder à ninguém’. É isso que ele quer e ele não se importa com as pessoas que apoiam isso. Eu entendo que essas pessoas são frustradas, elas não conseguem emprego, e estão lidando com situações horríveis, procurando por alguém fora do sistema político, que diz que irá ajudar eles – mas ele é apenas um cara que nasceu rico, nunca ligou para nada a não ser acumular riqueza e poder para ele mesmo. Ele não se importa com essas pessoas. Então, ele nunca foi uma pessoa caridosa, com compaixão. Tudo isso é triste, muito triste. Me deixa triste”.
Embora, tecnicamente, você também seja um branco rico. “Bem, eu não me coloco acima de ninguém e eu quero usar a energia de quem sou para ajudar outras pessoas”.
GRATO
Estamos chegando no final da entrevista. Você poderia imaginar um dia, eu pergunto, quando não existirá mais os Chili Peppers? “Bem, isso irá acontecer”, ele diz. “Eu não sei. Eu não posso responder essa pergunta. Quer dizer, vai chegar um ponto onde estaremos muito velhos para isso? Ou haverá um ponto em que sentiremos que não temos mais a mesma paixão e intensidade? Eu não sei”. Flea se levanta e se prepara para sair na noite parisiense. “Tudo que sei é agora. Tudo que posso fazer é viver o momento, sabe? E sou grato por isso. Sou grato por fazer parte dessa coisa que é tão viva, tão vibrante e emocionalmente poderosa”.
Créditos: Hot Press
Tradução: Amanda Olivieri