Chad Smith falou com o jornal O Globo: “Somos uma banda de garagem em estádios”
[O Globo] Os shows, que fazem parte da Global Stadium Tour (relativa aos álbuns “Unlimited love” e “Return of the dream canteen”, lançados ano passado), marcam o aniversário de 30 anos desde que os Chili Peppers desembarcaram pela primeira vez (de muitas) no Brasil, para shows no festival Hollywood Rock.
— Nunca tínhamos estado antes na América do Sul e o que me impressionou foi o quão apaixonado era e ainda é o povo do Brasil. Eles simplesmente adoram tudo! — conta. — Uma noite antes do show a gente foi a uma escola de samba e foi tão selvagem e festivo que nós convidamos os ritmistas para participar do nosso show. Também lembro que o Nirvana estava no festival e que o Flea (baixista dos Red Hot Chili Peppers) foi tocar trompete com eles em “Smells like teen spirit”.
Com uma discografia composta por 13 álbuns lançados ao longo de quase 40 anos, e muitos hits, fica difícil para a banda inserir muitas músicas dos novos discos nos shows. Mas, segundo Chad Smith, não falta boa vontade:
— Nós adoramos todas as nossas músicas, mas principalmente as mais recentes. Músicas como “Eddie”, nosso tributo ao grande Eddie Van Halen (ás da guitarra, do grupo Van Halen, falecido em 2020), que está ganhando uma espécie de vida própria no show e que tem talvez o solo de guitarra mais longo da história dos Chili Peppers.
Mas, do momento em que o vocalista Anthony Kiedis organiza o repertório do show até os músicos de fato começarem a executar as canções, muita coisa pode acontecer.
— Na verdade, nós somos uma banda de garagem que toca em estádios. Não se trata de ficar ali debaixo dos refletores e tocar a música exatamente como no disco. Se você quiser isso, é melhor ficar em casa ouvindo os discos, o show sempre foi uma banda parte muito importante da nossa identidade – diz. — O que fazemos no palco é improvisar, não apenas entre as músicas, mas na estrutura das canções. Isso nos renova e é emocionante para os fãs.
Desta vez, além de Flea e Anthony Kiedis, com quem vem tocando os Red Hot Chili Peppers a 35 anos, Chad volta ao Brasil com a guitarra de John Frusciante – que entrou na banda junto com ele, em 1988, e, depois de idas e vindas, está de volta desde 2019. É muita alegria de tocar para esse baterista de 61 anos que não resiste a dar canjas até mesmo com músicos de rua, como visto em vídeo que viralizou recentemente:
— Eu gosto é de tocar, não importa onde, ou com quem. A música salvou a minha vida! Se não fosse por ela, eu provavelmente estaria na cadeia ou morto.