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Chad Smith em entrevista exclusiva para os fãs

spaChad Smith deu uma entrevista pela primeira vez para um site dedicado ao Red Hot Chili Peppers.

Acho que desde a primeira vez que a gente começa a ouvir uma banda, almejamos em ter a oportunidade de falar com eles, trocar idéias e perguntar sobre aquilo que não tiveram oportunidade de contar. Em momentos de incerteza, você espera que alguém pergunte a eles quais são as novidades, o que vem por aí, o que andam fazendo…

Na última quinta-feira, 10 de dezembro, Francisco (Fran) Fernandes decidiu se aventurar e foi isso que aconteceu:

A entrevista foi feita exclusivamente para o site Argentino Funky Monks e contou com a ajuda do RHCP BRASIL na elaboração das perguntas.

Confira a conversa que Fran teve com Chad Smith, o baterista dos RHCP, Chickenfoot e Bombastic Meatbats:

*Chad como vai?

Chad Smith: Eu vou bem e você?

*Eu estou bem, onde você está? Está na sua casa?

Chad Smith: Sim, estou em LA – Malibu.

*Ok Chad, levando em conta que você está muito ocupado com tantos projetos, quais são seus futuros planos com o Chickenfoot?

Chad Smith: Bem, com o Chickenfoot nós vamos… Eu vou ter um pequeno intervalo agora porque eu voltei a tocar com os Chili Peppers, e nós precisamos fazer algo, temos esperança de no ano que vem tocarmos mais músicas e criarmos mais canções. É o tipo de plano que temos no momento, mas eu não tenho nenhum plano de fazer alguma turnê com eles.

*Que bom! E como você está indo com o Bombastic Meatbats? Como você sente a receptividade do público? Quero dizer, como o público responde aos shows?

CS: The Bombastic Meatbats está indo bem, nós vamos tocar em vários shows por LA e região este mês e mês que vem em Janeiro, é realmente um projeto divertido de fazer e eu realmente estou curtindo muito tocar com aqueles caras, eles são bons amigos meus e é divertido fazer outras coisas, é realmente musicalmente satisfatório poder tocar com outras pessoas e eu sou apenas um sortudo por encontrar pessoas que são como eu e querem fazer boa música e ser criativo.

*Ótimo! Então você está tocando em bandas que são completamente diferentes, elas têm uma gama de influências, atualmente, quais são as bandas atuais que você ouve e quais são aquelas que você sente que são sua influência enquanto você esta tocando?

CS: Oh, sabe, eu ouço estas coisas novas que estão saindo e eu realmente acho que são muito boas, sabe, é sempre bom e empolgante isso para a música, mas eu diria que com Chickenfoot e Meatbats que são como influências para mim e de onde eu estava crescendo… Com Chickenfoot é mais um rock clássico dos anos 60 e 70, é um tipo de banda que você cresce junto, e com Meatbats é como algo funk, sabe, tem um pouco de fusion lá dentro, tem um pouco de jazz, mas é principalmente um… Todos nós somos apreciadores de Jeff Beck, Blow by Blow, Wired Arena, Billy Preston, sabe, é um tipo disso tudo. Sabe, nós não estamos tentando ser retrô, isso é apenas uma influencia para nós, e estamos tentando fazer nossa versão disso, mantendo a modernidade … Os sons que nós usamos nas gravações, é também muito típico das bandas daquela época.

*Agora você está tocando com novos amigos, e apenas lançando o primeiro trabalho de ambos os projetos, quero dizer Chickenfoot e Meatbats, você acredita nos grandes selos, selos de gravadoras forçam alguns artistas a fazerem um material mais comercial quando o artista gostaria de lançar seu verdadeiro trabalho?

CS: Eu realmente não penso nisso, eu só quero tocar música que eu gosto e onde eu possa ser eu mesmo, e isso pra mim é a coisa mais importante, eu não estou tentando, sabe, com os Meatbats que nós somos como um… *espirra* desculpe, é como, eu quero dizer, sabe, é apenas música madura, nós não estamos tentando competir com Coldplays ou Lady Gagas do mundo, é apenas gente que gosta daquela música, assim esperamos.
Quero que as pessaos saibam que os Meatbats não são… Eu toco música instrumental, muito séria, e é apenas pelos músicos, um bando de notas e caras sem nenhum senso de humor fazendo a musica explodir. É pra ser divertido e ter senso de humor. Para pessoas que não escutam isso, quero que elas saibam, não se assustem com esse negócio de música instrumental, a estrutura das canções, elas têm versos e refrões, sabe, você pode bater o pé enquanto ouve.

*Aqui na Argentina, nós temos muitas bandas boas, você já teve a chance de ouvir alguma delas, e se você ouviu, você gostou delas?

CS: Não ultimamente, nós não passamos na Argentina por um bom tempo, na última turnê os Chili Peppers não vieram ouvir música e tocar em Buenos Aires, não tivemos… Nós viajamos tanto, que não tivemos a chance de vir. Sinto saudades de poder ouvir as bandas locais favoritas e sair e vê-las e tal, mas eu sei que tem muita música boa por lá e eu sempre gosto de estar ouvindo coisas novas.

*Ouvi dizer que quando você era adolescente, você costumava jogar basquete e que até jogou com Eddie Vedder (Pearl Jam). No presente, você tem tempo livre ou você toca bateria o dia inteiro?

CS: Sabe, a gente fez turnê com o Pearl Jam há um bom tempo atrás. Costumávamos jogar com esses caras, eles são ótimos. Jeff [Ament] é um bom baixista. Jeff é também um ótimo jogador de basquete, sabe, ele é um grande fã. Sabe, eu tenho tempo sim. Eu saio e faço outras coisas, não posso tocar o tempo todo. Você tem que achar um balanço. Agora eu estou ocupado com meus grupos, então isso tem tomado muito do meu tempo. E é bom, eu não estou reclamando. Eu amo tocar, adoro o fato de que gostam de ouvir a gente tocar e que sou afortunado em poder gravar e, sabe, isso me mantém ocupado. É o que eu amo fazer, então estou muito feliz com isso.

*Eu sei que você é um baterista ótimo, mas além de tocar bateria, você toca outros instrumentos ou já escreveu letras pra alguma música?

CS: Eu toco um pouco de guitarra, não sou muito bom, sei alguns acordes, não acho que tenham que se preocupar comigo tocando guitarra. Acho muito importante, se você é baterista, guitarrista, baixista, tecladista, que você tem pelo menos experimentar e tocar outros instrumentos, isso te dá uma noção de… Sabe como é, tipo pra mim, sendo um baterista, tocar muitos outros instrumentos me ajuda bastante nas músicas, em arranjos de canções e melodias, e coisas assim. É bom você sempre se desafiar e tentar crescer e melhorar como músico. Eu não sou bom, mas é divertido *risos*

*Recentemente eu vi um video em que você estava tocando guitarra na música “Rock and Roll” do Led Zeppelin com o Chickenfoot e Jason Bonham

CS: Ah, foi semana passada, certo! *risos*

*Eu não sabia que você tocava guitarra, aliás, você parecia bem contente tocando. Faz quanto tempo que você toca?

CS: Toco guitarra há, não sei, dez anos, talvez? Mas sim, “Rock and Roll” tem três acordes então tudo bem. Não sou um solista, eu deixo isso pro Joe [Satriani], mas foi muito divertido tocar aquela música com o Jason, ele é um ótimo cara, grande baterista, foi muito bom.

*As pessoas querem saber como é um dia na vida de Chad Smith. Digo, sei que você é baterista, mas o que você faz em seus dias?

CS: Eu tenho uma família, tenho duas crianças pequenas, um de quatro anos (Cole Madison) e um bebê de nove meses (Beckett Cash). Então, a vida do Chad é acordar as 6:30 da manhã, tomar conta do bebê, alimentá-lo e trocá-lo, então meu filho levanta pra ir à escola, eu levo ele, sabe, sou um paizão. É o que faço quando não estou na estrada, tomo conta de meus filhos e de minha família e é muito importante pra mim, quero que eles tenham isso na vida deles, eles sabem que o pai deles está por perto, que ele está lá pra cuidar e olhar por eles. Quando estou em casa, é realmente onde eu quero estar, não fico procurando clubes pra sair e ficar acordado a noite toda, já fiz muito isso, mas não faço mais e está tudo bem, isso me deixa muito feliz.

*Você parece ser um pai muito bom, cara!

CS: Eu tento, cara, eu tento, é um trabalho duro! É complicado, cheio de desafios.

*Chad, sabemos que os Chili Peppers vão tocar no dia 29 de janeiro, no tributo ao Neil Young… vocês vão tocar alguma música nova além da cover do Neil? Há algo que você possa nos dizer sobre o show?

CS: Acho que é pro Grammy e é nessa época do ano que eles fazem isso, honrar um artista, esse ano é o Neil Young e muitas pessoas vão tocar músicas do Neil Young, ele vai estar lá, obviamente. Estamos muito honrados em poder tocar, vamos tocar apenas uma música, porque quase 20 pessoas vão tocar, muita gente diferente. Não sei qual música vamos tocar ainda.

*Não quero te incomodar com perguntas sobre os Chili Peppers, mas ouvimos rumores sobre a situação da banda por quase três anos e queríamos saber quais são os planos que vocês têm pra depois desse show.

CS: Bom, estamos compondo agora, sabe, vamos gravar outro disco e está indo muito bem, nós nos divertimos, apenas precisamos parar um pouco, tocamos por… Sabe, ser um Chili Pepper é um trabalho de 24 horas *risos*. Sabe, escrevemos as músicas, gravamos e então saímos em turnê por um longo tempo. Fizemos isso por dez anos seguidos, e pensamos que era hora de pausar um pouco e fazer outras coisas, viver nossas vidas, estar com nossas famílias e voltar com as baterias recarregadas e, novamente, fazer mais músicas. Foi por isso que tiramos aquelas férias, não estamos nos separando ou nada do tipo, foi só uma pausa e agora estamos de volta e todos estão felizes em voltar a tocar.

*Isso é ótimo! Bom, nós ouvimos dizer que vocês já gravaram quatro músicas novas. Aliás, parabéns. Alçgumas delas têm piano e parece ser algo diferente do que vocês têm feito durante esses anos. O que você pode nos dizer sobre o novo som da banda?

CS: Bem, não posso revelar muita coisa, porque estamos muito no começo, sabe, nós escrevemos as músicas por um longo tempo e pegamos muitas coisas diferentes antes de escolher o que, você sabe, vai estar nas músicas e o que vai sair no CD. Então não quero dizer que “Sim, vai ter piano”, estamos apenas fazendo o que parece ser o certo e o que as pessoas no grupo querer colocar na mesa. Sabe, vai ser diferente. Sempre diferente, uma representação bem honesta do que estamos fazendo. É o que posso dizer.

*Eu espero. Tem algo que você possa contar especificamente pros fãs dos Chili Peppers que você ainda não tenha contado pra nenhum site/jornal?

CS: *risos* Não, realmente. Amamos ir pra Argentina, sempre adoramos ir pra lá e tocar para os fãs, eles são tão apixonados, eles enlouquecem e somos sortudos pelas pessoas quererem ver a gente tocar e não tiramos proveito disso. Eu lembro… quando foi a última vez que tocamos lá em algum estádio, sabe, a economia estava muito ruim naquela época.

*Vocês estiveram aqui na turnê do By The Way, em 2002.

CS: Sim, vocês estavam passando por uma situação difícil e a gente queria tocar, sabe, acho que fizemos os ingressos por 5 dólares ou algo assim, bem barato pra que todos pudessem vir.

*Não consegui ingressos, eles esgotaram, então não pude ir ao show *risos*

CS: Bom, na próxima você vai nos ver. Vamos tocar e estaremos muito ansiosos por isso.

*Com certeza você já ouviu muita música na sua vida, de qualquer modo, tem algum baterista em particular que você considera seu favorito e que influenciou sua decisão em começar a tocar bateria?

CS: Sabe, eu tenho um irmão, 2 anos mais velho que eu e ele toca guitarra e tocávamos juntos, então comecei a tocar quando era muito novo. Eu tinha sete anos, e naquela época era o fim dos anos 60/começo dos 70, hard rock inglês, bandas de blues como Led Zeppelin, Black Sabbath, Queen e Humble Pie, mas a primeira banda com a qual me concetei foi o Deep Purple e seu baterista Ian Paice, e seu estilo e a música realmente me inspiraram a tocar bateria. Tinha um disco chamado “Made In Japan”, eu adorava aquilo e me inspirei a tocar. Então bandas desse tipo, bateristas assim, que nem o John Bonham, Ian, esses caras, Mitch Mitchell, esses caras que realmente inspiraram meu jeito de tocar bateria.

*Nessa era da internet, onde tanta informação é passada tão rapidamente, como você lida com isso? Você é o tipo de pessoa que se procura no Google pra ver o que aparece?

CS: *risos* Sim, sabe, eu acho ótimo. Um jeito tão rápido de saber o que está acontecendo é fantástico e é uma parte grande da vida, uma cultura, todos no mundo conhecem a internet. É bom, gosto de entrar e ver muitas coisas, é definitivamente o melhor jeito, você pode ver qualquer coisa e ouvir qualquer coisa e ter informações sobre tudo e é fantástico.

*Ok Chad, uma das últimas questões. Tem um velho ditado que diz que há três coisas que as pessoas precisam fazer antes de morrer, que são: plantar uma árvore, ter um filho e escrever um livro. Sei que você tem filhos, mas não acho que você goste de jardinagem. Quais coisas você gostaria de fazer pra poder dizer “Agora já fiz tudo o que eu queria”?

CS: *pensa* Boa pergunta. Digo, tive tanta sorte nessa vida, porque música é algo pelo qual sou apaixonado, e eu atingi meu objetivo, musicalmente sou muito sortudo. Sabe, do outro lado, pode ser que eu só quero ser um bom pai e ter uma casa bacana, uma boa família, porque eu não vou poder tocar música pra sempre, eu ainda sou jovem e toco bem, mas, vai chegar um ponto em que eu vou estar velho e quero estar rodeado por uma família amorosa e isso dá trabalho, não é fácil. Não sou bom nisso, sou bom fazendo música, mas as outras coisas dão muito… Você tem que trabalhar muito nisso, é um aprendizado. Quero ser um bom exemplo pra minhas crianças, é o que eu quero que esteja escrito na minha lápide “bom baterista, ótimo pai e marido amável”, isso seria bem legal.

*Bacana, Chad. Você pode deixar uma mensagem para os fãs da Argentina?

CS: Hey, vemos vocês ano que vem. Obrigado por apoiarem a nossa banda por todos esses anos, e quando fizermos o próximo disco vamos sair em turnê e vamos passar por aí e estamos ansiosos pra isso.

*Chad, foi um prazer falar com você.

CS: O prazer foi todo meu!

*Queria te dizer em nome de todos os fãs argentinos que amamos a banda e que esperamos ver vocês logo. Sei que você adora cerveja, então se você vier tocar aqui, te convidarei pra tomar umas.

CS: *risos* Ok! Obrigado. Obrigado por tudo, realmente aprecio isso. Feliz Natal!

*Pra você também, nos vemos!

Entrevista:
Francisco Fernandes

Colaboração:
Altair Pereira Santos

Tradução:
Bruna Xexê e
Gika (Londres)

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