15 49.0138 8.38624 1 1 4000 1 https://www.redhotchilipeppers.com.br 300
theme-sticky-logo-alt

Anthony Kiedis fala do novo álbum “The Getaway” para a BBC

13178998_10208276075073202_857495009709414834_n

Ontem, dia 09 de maio, Anthony Kiedis concedeu uma entrevista para a rádio BBC Radio 2 .

Nós traduzimos a entrevista na íntegra pra vocês não perderem nenhum detalhe 😉

[ENTREVISTADORA] Como foi o processo de gravação, está com os nervos à flor da pele?

[AK] Já passamos por este processo de gravação antes então os nervos até que estão sob controle, o que rola mesmo é mais uma sensação de alegria, de sensação boa.

[ENTREVISTADORA] Quanto tempo demorou para produzir o álbum?

[AK] Parece que demorou anos! Mas assim que entramos em processo de gravação, nós demoramos alguns meses. Então, posso dizer que o processo de criação demorou muito tempo pois tínhamos braços quebrados em jogo (referindo-se a Flea) e sonhos destruídos (talvez referindo-se a alguma desilusão ou decepção) e esta fase acabou sendo um pouco conturbada. Mas assim que encontramos um produtor e um local para desenvolver nosso trabalho, todo o restante acabou sendo bem rápido.

[ENTREVISTADORA] Eu fico imaginando como deve ser difícil criar um som imaginando na forma como este adaptar-se-á no cenário musical atual e como será a expectativa das pessoas…

[AK] Eu não penso muito sobre as expectativas. Buscar a alegria e amor pela música e tocarmos juntos é como se fosse um casamento e é muito desafiador. E sabe, encontrar um produtor foi difícil. Nós sabíamos que queríamos experimentar um trabalho com o Danger Mouse mas ele andava muito ocupado, entende? Tanto com filmes como com programas de TV e trabalhando em 12 álbuns…
Mas aí conseguimos “fisgá-lo” e de repente Flea quebrou o braço praticando snowboarding. Isto fez com que perdêssemos nosso tempo disponível com Danger Mouse. Mas no final, conseguimos reajustar tudo e tudo isto que houve acabou sendo útil para o processo criativo.

[ENTREVISTADORA] Quando vocês entraram com o Danger Mouse em estúdio acabou sendo bem desafiador, ele estava empolgado com várias coisas novas, não?

[AK] Olha… ele lançou várias bolas para nós rebatermos (risos) e propôs várias coisas, é um cara dinâmico. Mas você se referiu sobre escrever novas músicas?

[ENTREVISTADORA] Sim! Eu na verdade imagino que você termina de fazer as músicas e pensa: “Bom, já sei como o álbum vai ficar” e daí ele (Danger) entra em cena e diz: Hmm não, vamos tentar algo diferente…”

[AK] Olha, quando eu paro pra pensar agora, ele sabe bem do que gosta imediatamente. Ele ouviu 25 músicas que havíamos feito e só gostou de 10. E meio que me partiu o coração por ter que me livrar das outras 15 músicas que ´já havíamos nos apegado…

[ENTREVISTADORA] E como é essa sensação de ouvir que ele não gostou destas outras?

[AK] De cara rola aquela sensação de: “nossa, que arrogante… ele pegou pesado” mas ao longo do processo você aprende a ver como ele funciona e acaba sendo uma questão de gosto mesmo. Ele queria que cada música fosse um clássico. Enquanto eu tenho aquela coisa de “ah, esta canção significa algo para mim…” ele já lança que se não for tocar as pessoas no fundo, não quer nem saber a respeito. Então fui aprendendo a lidar com o ponto de vista dele e a cada dia ele queria que fôssemos cada vez melhores, daí acabou ganhando o meu respeito.

[ENTREVISTADORA] Mas foi bom que ele ter feito isto, bom que teve este tipo de pressão, de desafio. Tudo isto é para melhorar, certo?

[AK] Sim, com certeza e nos impulsionou mesmo! Porque imagine como é estar ali no nosso ramo há anos e não ouvir nunca que estava ruim ou que precisava melhorar? Nós precisávamos mesmo ter alguém para ser brutalmente honesto conosco, dizer que dava para melhorar e dar uma certa endurecida conosco ao longo do processo. Danger não se intimida com a fama que a banda tem, é o jeito dele. É como se um produtor fosse trabalhar com clássicos como sei lá… um dos Beatles por exemplo. Dificilmente o cara teria culhões de dizer: “olha, não está tão bom e pode melhorar”. E eles nunca saberiam, entende? Então isto é realmente necessário.

[ENTREVISTADORA] E Brian (nome verdadeiro do produtor Dangermouse) é educado e sábio ao mesmo tempo, né?

[AK] Sim! Ele é sábio, gentil e suave mas o foco dele é bem na mira mesmo, é determinado no que quer…

[ENTREVISTADORA] E o que podemos esperar deste álbum?

[AK] Em termos de letra eu fico um pouco constrangido em dizer isto mas enfim… 2 anos de um relacionamento que acabou de forma pesada, como se fosse uma bomba nuclear e me deixou completamente desarmado, o que me fez entrar de cabeça no processo de composição (escrever as músicas). Então embora o relacionamento tenha sido um desastre, eu sinto como se tivesse conseguido extrair algo disto. Metade das músicas deste álbum fala sobre isto.

[ENTREVISTADORA] Então deve ser difícil para você ter que cantar estas músicas…

[AK] Não… porque não foi de forma tão literal assim. Não queria que fosse algo chato, sabe? Então acabei colorindo e dando formas às situações para que não fosse tão óbvio assim. Desta forma, cada um pode interpretar da forma que quiser. Bem melhor do que lidar com algo literal…

[ENTREVISTADORA] E sobre o resto do álbum?

dark_necessities_capa

[AK] Em termos de composição fala do amor, das tragédias da vida, dos mistérios psicodélicos da natureza… é o que você vai encontrar nas músicas.

[ENTREVISTADORA] E sobre o som do álbum?

[AK] O som é diferente – graças a Deus – porque é bom ter um elemento novo em termos de som ao invés de só ter o velho e tradicional rock n’ roll. E há loops, bateria eletrônica, robôs, aliens e todos estes novos elementos presentes na construção do nosso som mas ainda assim se parece com o Red Hot Chili Peppers. Só que agora, com uma pitada do Dangermouse no estúdio. Você sente esta mudança e é bacana. Minha música favorita se chama Getaway e por mais que seja um single, tem loop nela com uma influência mais mecânica e assim que eu a ouvi, fiquei imediatamente inspirado. Une os dois mundos a ela.

[ENTREVISTADORA] E como estão os membros da banda? Todos estão bem e saudáveis? Se entenderam no álbum?

[AK] Sim, todos estão bem! E aprendemos a argumentar sem nos odiarmos ou querermos ficar longe um do outro, entende? Podemos começar um dia com diferenças massivas de opinião mas daí conseguimos entrar em um senso comum de opinião e 10 minutos depois está pronto. Eu gosto de sair com estes caras em turnês, conseguimos lidar bem com os altos e baixos juntos. E enfim, estão todos bem e super empolgados em tocar as novas músicas ao vivo.

[ENTREVISTADORA] E onde você está agora?

[AK] Neste momento eu estou pelado em pé na minha cozinha.

[ENTREVISTADORA] Ok não cozinhe agora, não vai fritar nada! (risos)

[AK] Não (risos) não tem nada de óleo/gordura em nenhum canto daqui.

Transcrição e tradução: Ana Paula Machado Mancini

Notícia anterior
10 anos de lançamento do álbum “Stadium Arcadium”
Próxima notícia
Red Hot Chili Peppers confirma mais shows para a turnê do álbum “The Getaway”