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Entrevista com Anthony Kiedis para a revista Mojo

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Por Dan Stubbs – Mojo Magazine, Dezembro de 2011, Edição 217

Apesar de ter convivido desde pequeno  com The Who e Sonny & Cher, os primeiros impulsos criativos do cantor Anthony Kiedis, nascido em Michigan e criado em Los Angeles, seguiram em direção à atuação. “Só me caiu a ficha de participar de uma banda quando todos os meus amigos já tinham feito o mesmo.” diz Anthony Kiedis, sentado em uma suíte de um luxuoso hotel de Londres com um bonito bigode. Esta banda na qual ele se refere – com Anthony Kiedis e seu amigo de infância, Michael “Flea” Balzary, e um elenco recorrente de guitarristas e bateristas, está agora em seu 28º ano de funk rock com um novo álbum, I‘m With You, e com o novo guitarrista Josh Klinghoffer. Mais conhecido do que a maioria dos altos e baixos do vício que vemos por aí, a autobiografia de Anthony Kiedis, Scar Tissue, é um manual de como funciona, na prática, um estilo de vida pesado e intenso. Agora, no auge de seu 49º aniversário, o forte e musculoso líder da banda optou por uma vida limpa: “Eu quero ser o surfista cinquentenário mais forte e mais rápido que o mundo já viu”.

MOJO: I’m With You é o 10º álbum do Red Hot Chili Peppers. Você chegou a duvidar que iria tão longe?

Anthony Kiedis: Eu acho que nós nunca projetamos nada em nenhum sentido. E se você me perguntar se eu acho que nós faremos outros 10, eu diria que eu não me importo – estamos muito felizes de estar fazendo o que estamos fazendo no momento, assim como estávamos há 28 anos.

MOJO: É o primeiro álbum de vocês sem o John Frusciante desde o mal avaliado One Hot Minute, de 1995, com Dave Navarro. Há um certo nervosismo sobre isto?

Anthony Kiedis: Não, de jeito nenhum. Quando John Frusciante saiu pela primeira vez, nós éramos mais novos, éramos pessoas diferentes. Isto nos ensinou a como prosseguir em grandes situações como esta. No passado, teríamos feito um teste para um substituto, que por sinal é uma forma longa e estúpida de encontrar uma esposa. É melhor olhar em seu quintal e encontrar alguém que você conhece e pode se relacionar.

MOJO: Uma canção para um amigo que morreu (autor e promoter de um clube em Los Angeles, Brendan Mullen) tem um nome bem direto, “Brendan’s Death Song”. O estilo de vida pesado que você tinha antes fez com que você obtivesse uma perspectiva diferente da morte?

Anthony Kiedis: Era um título que utilizávamos no ensaio mas que acabou virando o título original da música. Eu gosto porque soa como algo importante e superior: uma canção sobre a morte. A morte de Brendan Mullen foi muito triste, mas abriu nossos corações para o fato de como é maravilhoso estar vivo e fazendo algo que amamos. A morte é tão comum quanto a vida.

MOJO: Em 2006, logo após o Stadium Arcadium, Flea descreveu os Red Hot Chili Peppers como “disfuncionais”. Vocês chegaram perto da separação da banda?

 Anthony Kiedis: Olha, eu acho que só Deus sabe. Mas estar na estrada por tanto tempo foi muito difícil. Meu pé estava quebrado e os desejos do John Frusciante haviam perdido o foco para outro rumo, fazendo com que nós todos nos sentíssemos um pouco quebrados. Eu nunca pensei em jogar a toalha mas eu sentia que a toalha precisava de uma boa lavagem. Era uma toalha suja, assustada e irritada.

MOJO: Chegou a considerar seguir uma carreira solo?

Anthony Kiedis: Na verdade, não. Naquela fase nublada logo depois que o John Frusciante saiu, alguns produtores aproximaram-se de mim propondo carreira solo. Eu ouvi o que eles haviam feito e pensei: “Nem fudendo, não é tão legal como o que eu faço com a minha banda.”

MOJO: Sua autobiografia, Scar Tissue, é direta e reta com todas suas imperfeições…

Anthony Kiedis: Arnold Wartzenall? Aquele grande escritor? [tentando fugir do assunto]

MOJO: Este mesmo. Você ficou preocupado em ter suas informações pessoais caindo em domínio público?

Anthony Kiedis: Sinceramente, eu nem sequer havia pensado nisto. Eu estava tão acostumado em dividir meus defeitos com as pessoas que esqueci de considerar que elas eventualmente iriam ler isto. Mas eu estou feliz porque isto se tornou um livro de auto-superação para pessoas que lutam contra seus próprios vícios e problemas da vida. Eu sou um exemplo de alguém que estava no fundo do poço e deu a volta por cima.

MOJO: Você vai permitir que o seu filho Everly leia isto?

Anthony Kiedis: Eu pedi a todos os meus familiares que passassem longe deste livro. Então, eu espero que Everly leia Mark Twain ao invés do meu livro.

 MOJO: Você deu nome “Everly” ao seu filho por conta da banda The Everly Brothers. O que você gosta tanto neles?

Anthony Kiedis: Suas músicas e harmonias. Eu não consigo pensar em outra banda desta época que eu goste tanto quando eles. Mas na verdade eu não estava tentando dar o nome ao meu filho por causa da banda. O que ocorreu é que coincidiu de o CD deles estar na minha mesa no mesmo momento em que eu estava a procura de um nome. E achei muito bonito.

MOJO: Você conheceu muitas estrelas do rock quando você era criança. Qual te deu a maior impressão?

Anthony Kiedis: Keith Moon, pois ele era muito gentil. Eu estava cercado por adultos quando tinha 11 ou 12 anos e ele me deu atenção até assegurar-se de que eu estava bem. Eu gostei muito daquela consideração. Ele era gentil e educado ao máximo.

MOJO: Você ainda é pressionado para se comportar como aquele garoto doido da época das meias nos pênis?

Anthony Kiedis: Eu não sinto pressão alguma mas eu gosto de receber o humor disto na maioria dos dias. Não em todos os dias? Não, definitivamente não.

MOJO: Nos diga algo que você nunca disse em uma entrevista antes.

Anthony Kiedis: Eu tenho uma grande queda pela Beth Jeans Houghton. Eu a acho genial. Como eu a descobri? Eu tenho minhas fontes.

MyTunes – As canções Top 5 de Anthony Kiedis:

1. The Faces – Ooh La La
2. The Everly Brothers – Wake Up Little Susie
3. Beth Jeans Houghton – Dodecahedron
4. Off! – Rat Trap
5. Jimi Hendrix – Bold As Love

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