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Unlimited Love mostra que os Chili Peppers estão mais vivos que nunca

Por Thiago Nascimento Vernizi


Funk, rock, punk. Esses são alguns dos gêneros em que o Red Hot Chili Peppers já navegou ao longo de seus quase 40 anos de carreira, como umas das maiores bandas da história. Em Unlimited Love, álbum lançado em primeiro de abril desse ano, todos esses estilos se manifestam ao longo 17 músicas que o grupo californiano reuniu na obra.

O disco marca o retorno de John Frusciante, guitarrista que esteve envolvido em grande parte dos álbuns mais bem-sucedidos do grupo até então, como Blood Sugar Sex Magik, Californication, By The Way e Stadium Arcadium – o último do guitarrista com os Peppers, lançado em 2006. Desde então, a banda já havia lançado mais dois discos, os subestimados I’m With You e The Getaway, com o ótimo guitarrista Josh Klinghoffer.

Nesse novo trabalho, que também conta com o retorno de Rick Rubin como produtor, a banda não dá sinais de que pretende parar tão cedo, com 17 faixas novas, depois de ter gravado 45 no estúdio. O grupo afirma que já existem “planos vagos” para o lançamento das outras músicas.

Depois de quase 6 anos desde o lançamento de seu último disco – The Getaway – os Chili Peppers lançaram o primeiro single depois desse retorno: Black Summer, que começa calma até um refrão explosivo e um solo característico de Frusciante. Foi exatamente o que os fãs tanto esperavam, apesar de ter sido uma escolha um tanto conservadora para single de abertura e primeira faixa do álbum.

Na sequência vem Here Ever After, uma boa música que é mais agitada que a anterior, com baixos marcantes e o rap característico de Anthony Kiedis, além de um ótimo outro. Como um amigo descreveu ao ouvi-la pela primeira vez: “Essa música é a cara do Red Hot”. A música seguinte é Aquatic Mouth Dance, um funk que remete aos tempos de Freaky Styley, com trompetes no refrão e nos últimos minutos. Flea é certamente o destaque dessa vez, em um dos melhores momentos do álbum.

As duas próximas também foram lançadas antecipadamente. Not The One é uma balada composta por Flea no piano e é provavelmente um dos pontos mais baixos do disco. Poster Child já melhora o nível, mas acaba sendo longa e repetitiva, com um funk que lembra Walkabout. Duas escolhas no mínimo questionáveis para singles.

Agora o disco entra em sua melhor sequência, que começa The Great Apes, com um refrão poderoso e um solo agressivo de Frusciante. It’s Only Natural mantém bom momento, com uma das melhores vibes do álbum, e é também um dos destaques de toda a obra. A dançante She’s a Lover é mais um ponto alto, com ótimas variações na melodia de Kiedis, além de bom vocais e solo de Frusciante. Música com potencial de single.

A faixa seguinte é These Are The Ways, segundo single oficial, com versos calmos e um refrão punk. A qualidade do baterista Chad Smith no refrão é absurda. Whatchu Thinkin’, apesar do nome diferente, também está entre as melhores do disco, tendo um som muito característico do grupo.

O bom momento não continua em Bastards of Light, com versos levados por sintetizadores, um refrão country e uma ponte com guitarras distorcidas. Embora seja um bom esforço da banda em fazer algo diferente, não está entre as melhores. White Braids & Pillow Chair é uma balada que remete a Hey, do Stadium Arcadium, até que chega a um outro muito diferente. Pareço ser uma minoria nisto, mas é uma música “apenas” boa, mesmo com mais uma bem-vinda tentativa de trazer variações interessantes.

One Way Traffic tem uma pegada mais funk, com versos quase falados de Kiedis, e possivelmente o melhor refrão do álbum, e um solo de baixo insano de Flea no final. Ótima música. Veronica é mais uma faixa com seções bem distintas, mas nenhuma delas é realmente memorável.

A 15ª música é Let ‘Em Cry, e no momento a melhor do disco. Uma música que começa lembrando If You Want Me To Stay se transforma em reggae com um refrão com ótimos órgãos ao fundo. O solo é talvez o melhor de toda a obra, além das ótimas linhas de trompete, também feitas por Flea.

The Heavy Wing é uma das favoritas entre os fãs, provavelmente pelo refrão cantado exclusivamente por Frusciante. De fato, é um momento fantástico, mas não colocaria essa música – a mais pesada do disco – entre os destaques.
Tangelo encerra o disco como Road Trippin’ encerrou Californication: uma música calma depois de uma mais poderosa como penúltima. É como se o ouvinte tivesse finalmente chegado ao paraíso depois de todo o percurso do álbum. Apesar de ser uma boa maneira de terminar, não considero nada fantástico.

Unlimited Love é a prova de que o Red Hot Chili Peppers continua a ser uma das maiores bandas do planeta, mesmo com seus integrantes beirando os 60 anos de idade. Ao mesmo tempo que tem o som característico dos Chili Peppers, soa como algo novo e energético. Melhor desde Californication (acho que me empolguei).

Nota: 9/10
Melhores Músicas: Aquatic Mouth Dance, It’s Only Natural, She’s A Lover, Whatchu Thinkin’, One Way Traffic e Let ‘Em Cry.

✳️ Thiago é de Curitiba (PR), estudante de jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e atualmente trabalha no Esporte News Mundo.


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