Josh Klinghoffer revela gratidão pelo Chili Peppers e vontade de ter Anthony participando no Pluralone
O site Noise Gate fez uma entrevista com Josh Klinghoffer pra falar um pouco sobre seu segundo álbum do Pluralone, o “I Don’t Feel Well” e também sobre sua vida na pandemia e alguns sentimentos com relação ao seu período no RHCP.
Josh, que já está trabalhando em novo material aos poucos, contou que apesar da liberdade criativa que todos do Red Hot Chili Peppers tem, ele e Flea nem sempre conseguiram tornar suas ideias em realidade.
Leia abaixo todo trecho da entrevista relacionado ao RHCP
Quando você estava no RHCP, você sentia que possuía liberdade para criar as coisas que queria? Ou acabava ficando mais de lado no processo de composição?
Josh Klinghoffer: Eu sempre fui muito livre para criar as coisas que criei, mas é um tipo de liberdade engraçada. Querendo ou não, quando você está com uma banda que já é estabelecida, há um determinado som ou uma fórmula para que a coisa exista. Tanto eu quanto o Flea possuímos a mesma liberdade para criar, mas nem sempre podemos tornar isso realidade, afinal a banda é o que é. E as pessoas são quem elas são. Você sempre luta contra diferentes forças. Ninguém nunca impôs regras a mim, porém também há uma maneira de trabalho que eu deveria existir. Houve vezes em que eu e Flea levamos coisas que soavam muito além paleta sonora daquela banda, mas nem sempre rola algo.
Creio que os fãs puristas de bandas clássicas (como o caso do Red Hot) podem ser muito duros com um músico, especialmente se ele não é um dos “membros clássicos”. Como você lidou com esse tipo de recepção mais grosseira durante seu trabalho com a banda?
Josh Klinghoffer: A única pressão que eu sentia vinha de mim mesmo, até porque sou mais purista que esses fãs. Eu queria soar como uma versão da banda que eu achava que fosse mais ligada ao que eles foram no passado. Eu não prestava atenção no que esses fãs falavam, porque eles diziam coisas horríveis sempre. Mas ao mesmo tempo, houve quem sempre me apoiasse. É difícil se jogar no meio da opinião de outras pessoas. No fim do dia, não acho que a opinião dos fãs seja o que você deve olhar quando está tentando criar. Certamente, se eu senti pressão foi por mim. Eu queria atingir o mesmo patamar que banda teve antes de eu chegar. Se isso foi possível, é outra questão. Mas foi sempre o foco fazer músicas do Chili Peppers que eu amaria tanto quanto as minhas favoritas dele.
Você tocaria alguma das músicas que fez com o RHCP em seus shows solo?
Josh Klinghoffer: Não, acho que só consigo fazer músicas tipo The Report ou The Night Won’t Scare Me que começaram a ser feitas com a banda. Trabalhamos nelas um pouco, mas elas foram descartadas quando saí. Eu tinha ideias de vocal, então não teve muito mistério em trazê-las para a sonoridade do trabalho. Mas deve haver outras ideias que testei com eles que podem reaparecer. Certamente não me vejo tocando músicas do Chili Peppers, simplesmente porque.. eu conheço essa banda de uma maneira íntima e aquelas músicas são muito sobre as emoções de Anthony e quem ele é. Não acho que haveria como traduzir essas coisas.
E fazer algo tipo o Dave Mustaine fez quando saiu do Metallica – ele pegou algumas ideias de riff e as regravou com o Megadeth. Acha que essa seria uma possibilidade para os seus riffs que já entraram em músicas do Chili Peppers?
Josh Klinghoffer: Não seria a mesma coisa, e eles também não irão usar as músicas que escrevemos juntos. The Night Won’t Scare Me talvez seja a única, pois definitivamente gravamos uma demo instrumental dela. Há algumas progressões de acordes que mostrei para eles que eu gosto muito, e acho uma pena que elas nunca mais serão algo. E também tem coisas que eu não consigo imaginar sem a voz de Anthony. Quem sabe algum dia não consigo uma participação especial dele em um disco. Acho ele um dos melhores cantores e compositores, porque ele continua a crescer. Não acho que a banda cresça tanto em seu som quanto Anthony cresce como um cantor e letristas. O fato dele ser um comunicador emocional mantém as músicas vivas e sofisticadas. Consigo ouvir as músicas dos dois álbuns [I’m With You e The Getaway] de uma maneira desconectada e pensar tipo “Ethiopia” é uma das melhores músicas que essa banda fez. Sei que há quem goste das músicas e quem também não veja tanto significado cultural nelas, mas se as pessoas realmente pararem para ouvir Anthony, vão perceber que é o motivo de manter a banda viva e continuar atraindo novos fãs. Me sinto até meio “abençoado” de poder trabalhar com ele durante 10 anos. Todos eles são pessoas únicas e incríveis. Poder estar perto de pessoas interessantes e interessadas é algo indescritível – ainda mais em uma banda com um grande impacto cultural. Não consigo ser mais grato, queria que todas as pessoas pudessem ter esse tipo de oportunidade.
Jack Irons trabalhou novamente contigo neste projeto. Você o enxerga como parte da existência do Pluralone?
Josh Klinghoffer: Até hoje o projeto não conseguiu despontar como uma banda, pois nunca tocamos ao vivo. Mas Jack é um baterista que eu sempre amei; a maneira que ele toca o instrumento é sensacional para mim. E consegui me tornar amigo dele ao longo dos últimos dois anos. Sua vontade de participar no primeiro disco foi para mim uma inspiração imensurável. Ele é totalmente parte do Pluralone, mas eu toparia qualquer oportunidade de tocar com ele. Sempre vou aceitar o que ele quiser fazer.
Para ler a entrevista completa, visite o site da Noise Gate
Trecho da entrevista em video
https://www.instagram.com/tv/CIbHy0tAzvT/